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quinta-feira, 21 de julho de 2016

Empoderamento negro no mercado audiovisual: surge o Afroflix

Segundo uma pesquisa feita pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) sobre filmes brasileiros de maior bilheteria entre os anos de 2002 e 2012, foi constatado que nenhum dos 218 longas-metragens analisados contou com uma mulher negra na direção ou no roteiro. Em relação às atrizes negras, a presença também é baixa: representaram apenas 4,4% do elenco principal.

Movidos pelo boom do Netflix no Brasil e pela luta contra o preconceito racial na indústria audiovisual, sete jovens negros criaram uma outra Plataforma de streaming de filmes e série de TV: o Afroflix. O site, lançado 17 de maio, disponibiliza online produções audiovisuais com pelo menos uma pessoa negra assinando a área técnica/artística. O objetivo é visibilizar esses conteúdos desenvolvidos por pessoas negras, valorizando trabalhos que, por uma questão estrutural de preconceito racial, não estão sendo divulgados pela mídia, inclusive no próprio Netflix. Ainda com um viés inclusivo, o site -diferentemente do Netflix - é gratuito.

A plataforma apresenta um menu com algumas opções de filtros para o usuário escolher: documentário, experimental, ficção, FIC/DOC, programa, série, vídeo clipe e vlog. Por enquanto, as produções disponíveis são apenas brasileiras, mas a equipe do site está aberta para incluir nomes estrangeiros. O site também possui um viés colaborativo: para inserir algum trabalho audiovisual é só inscrever o projeto, que irá passar por uma curadoria para ser incluído. Também há a possibilidade de indicar alguma produção para a equipe incluir na plataforma. Essa interação colaborativa ocorre através do site (http://www.afroflix.com.br/), através da sessão “participe”.

O site é independente - não recebe apoio financeiro - mas já está fazendo sucesso no país. Em um mês possui 10 mil curtidas em sua fanpage e mais de 100 títulos na plataforma streaming.

Por Camila Martins

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