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quinta-feira, 21 de julho de 2016

‘Liberdade, Liberdade’ exibe primeira cena de sexo gay em novela brasileira

A Globo exibiu nesta terça-feira (12) a primeira “cena de sexo” entre dois homens em novelas brasileiras. O trecho é parte de “Liberdade, Liberdade”, atual novela das onze da emissora, e aconteceu meses após beijo polêmico em “Babylônia”, novela das nove mais rejeitada da história da emissora, representada por Fernanda Montenegro e Natália Timberg. 

A cena, protagonizada pelos atores Ricardo Pereira e Caio Blat (Tolentino e André, respectivamente), foi bem recebida por muitas pessoas nas redes sociais. Entre elas, o deputado federal, Jean Wyllys (PSOL-RJ), que elogiou o trabalho em sua página no facebook

— A Rede Globo e equipe refletiram a diversidade da vida e as conquistas culturais e políticas da comunidade LGBT— escreveu o deputado. 

Nos ultimos anos, a Globo tem exibido mais cenas que retratam casais gays, apesar de críticas da parte mais conservadora dos telespectadores. Dois anos antes, a emissora exibiu o primeiro beijo gay em uma de suas novelas. A cena foi comemorada tanto por grupos de militância LGBT quanto por outras pessoas nas redes-sociais, atingindo o trending topics no Twitter e se tornando material para memes virais na época.

Apesar das críticas atuais à representação de casais homoafetivos na programação global, não é de hoje que a emissora tem tratado desse tema. É o que aponta estudo feito pela jornalista e pesquisadora Fernanda Nascimento, que lançou o livro “Bicha (Nem Tão) Má: LGBTs em Telenovelas(editora Multifoco)”. 

A pesquisa é um trabalho de mestrado em Comunicação pela PUCRS e indica que em 43 anos, a Globo produziu 62 novelas com personagens LGBTs. A análise também traça um perfil desses papéis. Em entrevista ao jornal Zero Hora, a pesquisadora diz que as personagens não são tão estereotipadas quanto se espera. 

— O levantamento mostra que nem todos os personagens são estereotipados, muitos seguem o padrão heteronormativo. Também evidencia que ainda há muito mais gays do que lésbicas, e que bissexuais, transexuais e travestis são quase invisíveis — afirmou Fernanda.

“Liberdade, Liberdade” está em suas últimas semanas. O programa é de autoria de Mario Teixeira e baseada no livro ‘Joaquina, Filha do Tiradentes’, de Maria José de Queiroz. A direção artística é de Vinícius Coimbra.

por Edson Neto

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