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Orange is The New Black, House Of Cards, Narcos, Demolidor, Jessica Jones… Se você vive no mundo das séries é bem provável que já tenha pelo menos ouvido falar em um desses títulos. O que eles tem em comum? São todos produções originais da Netflix, serviço de streaming de conteúdo audio-visual digital que conta com mais de 75 milhões de assinantes no mundo, sendo desses, mais de 2,2 milhões só no Brasil.
Com 34 indicações ao Emmy em 2015, as produções originais Netflix começaram em 2013 com uma aposta arriscada do serviço lançando “House of Cards” com Kevin Spacey no papel principal de um drama político que colou a empresa no mapa como produtor de programação inovadora com alta qualidade de produção. A empresa também deu um salto tecnológico na frente de qualquer outra produtora de séries, disponibilizando suas séries originais em 4K, a ultra-alta definição (UHD)– qualidade quatro vezes maios do que a tecnologia das televisões de alta definição.
O sucesso das séries revolucionou o modo produção e distribuição de seriados. Diferente dos estúdios tradicionais, a Netflix não interfere no conteúdo de suas séries, o processo de produção tem maior liberdade, e a partir do momento em que o roteiro é aprovado já seguem para etapa de produção– diferente do processo de adaptação da série ao estúdio, como ocorre tradicionalmente em séries exibidas por grandes emissoras.
Todas suas produções são voltadas diretamente para atender um formato para web, voltado para um público que deixou sua TV a cabo desligada, e quer assistir sua programação sem a interferência de intervalos comerciais, com a facilidade de assistir em qualquer dispositivo em qualquer momento. O maior diferencial das produções originais do serviço é a disponibilização de todos os episódios de uma só vez, dando a liberdade para o espectador assistirem como e quanto quiserem. Esse comportamento pode ser pensado pelo hábito de consumo de seus assinantes, conhecidos por fazerem longas maratonas de séries (o famoso “binge watching”) –uma limitação da proposta do conteúdo para TV que disponibiliza apenas um episódio por semana.
A empresa prefere investir em um conteúdo de sucesso exclusivo, do que depender de contato de grandes produtoras com títulos que o público ainda pode encontrar na TV sob demanda, ou em outros serviços concorrentes (como Hulu e Amazon). Mas eles não deixaram os grandes nomes para trás, Netflix tem parcerias como a Disney, Marvel, AMC e outros grandes nomes para produção de seu conteúdo exclusivo.
Mas afinal, por que tanta enfase na produção de um conteúdo próprio? Segundo Reed Hastings, chefe executivo da empresa, nos próximos 20 anos a TV linear se transformará em Internet TV. A produção é parte da visão de longo prazo da Netflix que a Internet está substituindo a TV. A maior parte do conteúdo original faz muito sucesso e não só pela qualidade de produção mas pelo esforço em atender todos os tipos de gosto. Por ser digital, a plataforma permite gerar um serviço personalizado para o público.
E não é só de série estrangeira que nós vivemos, a empresa está filmando a primeira série brasileira da plataforma, 3%, e confirmou a produção de uma série baseada nas investigações de corrupção política da Operação Lava-Jato, a ser dirigida por José Padilha– mal podemos esperar pela nossa própria versão de House Of Cards.
por Camila Porto

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