Academia Fluminense de Letras celebra seu centenário apostando em comemorações diversas, parcerias e projetos futuros
Em busca de questionar e discutir a dialética socrática foi fundada, em Atenas, a Academia de Platão. A ideia de reunir estudiosos para promover debates incentivou o surgimento de diversas instituições literárias na França, entre 1620 e 1630, quase 2000 anos depois da escola do filósofo grego. A Academia Brasileira de Letras só foi fundada séculos depois, em 1897, com o objetivo de cultivar a Língua Portuguesa e a Literatura Brasileira. Posteriormente, outras academias foram sendo instituídas pelo país e, há 100 anos, nasceu a primeira do estado do Rio de Janeiro: a Academia Fluminense de Letras, localizada na então capital, Niterói.
Fotos: Divulgação
Já no dia cinco de janeiro deste ano, foram iniciadas as celebrações pelo centenário da AFL. A Igreja de São Lourenço dos Índios recebeu um painel de expositores sobre a vida e a obra de José de Anchieta, uma apresentação do quarteto do Programa Aprendiz na Música e um coquetel. A abertura do evento ficou por conta do presidente da academia, Waldenir de Bragança.
“Sinto que sou responsável por uma missão exercendo um cargo tão importante na Academia Fluminense de Letras. Depois de ter sido deputado, prefeito de Niterói, ainda atuando como médico, espero, junto com meus colegas da academia, realizar comemorações dignas ao centenário dessa joia cultural que se encontra em nossa cidade”, diz o presidente.
A Academia Fluminense de Letras completa 100 anos oficialmente em 22 de julho. “O Rotary Club do Rio de Janeiro já prestou sua homenagem à academia, assim como a Associação dos Professores da Universidade Federal Fluminense, a OAB, a Academia de Medicina, enfim, as entidades culturais estão reconhecendo e prestigiando o centenário da mais antiga entidade cultural do gênero no território do Estado do Rio de Janeiro”, conta Waldenir.
Nos dias 20, 21 e 22, será realizado o I Congresso Brasileiro de Academias de Letras e Artes, com o objetivo de estimular e desenvolver ações socioculturais e educacionais vinculadas à ética, aprofundar as raízes culturais do Brasil, estimular a produção de livros e a difusão da leitura, valorizar o idioma nacional e intensificar a campanha para a sua oficialização na Organização das Nações Unidas (ONU). Há ainda o objetivo de recolher experiências e apontar propostas e recomendações com o intuito de formarem a Carta de Educação, Cultura e Ética de Niterói, a ser amplamente divulgada em nome da sociedade civil.
O envolvimento de pessoas de fora da academia também marcará presença no conjunto de celebrações para o centenário. Um concurso literário está com inscrições abertas até o dia 30 de abril e tem como propósito apresentar ao público as diversas visões sobre o porquê da existência da AFL. O tema do concurso é a própria academia, e os interessados podem se inscrever em uma ou mais modalidades, que são: contos, poesias e crônicas. Os resultados serão divulgados entre os dias 21 e 30 de junho, os vencedores participarão de uma sessão de autógrafos no dia da comemoração dos 100 anos da Academia Fluminense de Letras e seus trabalhos serão divulgados em uma coletânea homenageando o centenário.
Com a chegada dos cem anos da instituição que preside, Waldenir de Bragança sonha em reunir todas as academias de Letras do estado visando o apoio mútuo entre elas e promovendo o estímulo para que novas academias sejam criadas. “O objetivo é formar uma rede cultural, valorizando as raízes dos sentimentos, das manifestações artísticas, o folclore, todo o conteúdo que precisa ser inserido e consolidado na sociedade”, conclui o presidente.
Marianna Nunes Ferreira
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