Abordando o racismo de uma forma não convencional, "Corra!" se torna sucesso de público e crítica

"Corra!" - "Get Out", em seu título original - estreou nos cinemas brasileiros no último dia 18 de maio. O filme, porém, chegou as nossas telas já respaldado pelo sucesso alcançado em seu país de origem, os Estados Unidos, onde faturou quase 200 milhões de dólares - valor muito considerável se comparado ao seu custo de cinco milhões - e se consagrou pelas excelentes avaliações recebidas pela crítica especializada.

O filme conta a história do jovem negro Chris (Daniel Kaluuya), que se mostra desconfortável em conhecer a família branca de sua namorada, interpretada por Allison Willians. O desenrolar da trama mostra diversas situações que retratam um racismo velado, em que aqueles que assumem os papeis de opressores, em tese, não se percebem como tal.

A postura controversa da maioria dos personagens, somada a acontecimentos misteriosos, típicos de um filme de suspense - gênero em que "Corra!" melhor se encaixa - acabam por ser o principal acerto do estreante diretor e roteirista, Jordan Peele. O filme leva o público a refletir sobre o racismo sem pesar demais a mão no drama ao falar sobre o assunto.

Outro ponto ao qual se deve também o mérito da história é o fato do negro, ao contrário de outras películas com temática parecida, não assumir um papel passivo, limitando-se a sofrer a consequência dos atos que recaem sobre si. Pelo contrário, Chris é um personagem empoderado que, sem dúvida, representa bem e impacta positivamente a auto-estima do espectador que nele se projeta.

Sucessos de bilheteria e críticas a parte, "Corra!" merece ser visto. Seja por seus acertos de roteiro, pelas ótimas atuações dos atores participantes ou pela temática, necessária de ser contemplada e debatida.

Por Hugo Franco

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