Por Maria Hennies
Mesmo o Brasil sendo um país extremamente musical, infelizmente nós brasileiros não recebemos muito bem as músicas que vêm de países que não sejam do hemisfério Norte. Enquanto o nosso MPB e Bossa Nova influenciam e inspiram artistas de todo o mundo, nós nos envolvemos em uma manta de orgulho e esquecemos de absorver a cultura musical riquíssima dos nossos vizinhos mais próximos.
Um deles é Kevin Johansen, 52, cantor que traz uma identidade única, difícil de ser comparado e rotulado. Kevin nasceu no Alasca e com 12 anos se mudou com sua mãe argentina para Buenos Aires, na época em que a ditadura tinha acabado de ser implantada. Sua mãe, intelectual, esquerdista, ateia e feminista, teve um papel direto na relação de Kevin com a política, e junto a ela o cantor foi desenvolvendo seu estilo musical.
Nos anos 80, Johansen começou a tocar em bandas de rock e hoje em dia é um músico engajado em temas políticos. Porém, Kevin declarou para a revista Serafina, da Folha de São Paulo que “Se eu cantasse em tom de protesto ou de manifesto como se fazia na época de Violeta Parra, León Gieco, há 30 ou 40 anos atrás, soaria demagógico. Meu caminho tem de ser outro, falo de política a partir de uma estética diferente. E também as bandeiras da atualidade são outras.”. E de fato, Kevin utiliza outra estética para abordar o tema: o humor.
Como dizia Frank Zappa, o humor pertence à música. E percebe-se que Kevin Johansen entendeu perfeitamente essa frase quando ouvimos suas músicas “McGuevara e CheDonald” e “Logo”. Com seu tom vocal baixo e tranquilo, Kevin te faz se entregar a batida de Cúmbia junto a suas letras com inúmeros jogos de palavras.
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