por Felipe Gelani
Anita Sarkeesian é uma das mais influentes críticas sobre machismo nos videogames |
O Mario, personagem de uma série de jogos onde a história nunca foi o principal atrativo, é o exemplo mais simplista desse problema que se espalha por toda a indústria. Pensando nisso, a canadense Anita Sarkeesian, uma blogueira, feminista ativista e crítica de mídia, criou o videoblog “Feminist Frequency”, que posteriormente se tornaria um canal do YouTube. No canal, ela discute os “tropes” contra as mulheres em todas as mídias, mas principalmente nos videogames. Tropes são elementos de roteiro comuns que se repetem em várias histórias, mas não tão comuns a ponto de serem considerados clichês.
Nos jogos do Mario, por exemplo, é utilizado o trope da “Damsel in Distress”, ou Donzela em Perigo. Pense em quantas histórias o protagonista (masculino) passa pelo diabo para salvar um coadjuvante (feminino) frágil e indefeso. Você não precisa nem jogar videogames para lembrar de algumas histórias assim no cinema, por exemplo. Ela também fala da “Ms. Male Character”, uma personagem que é somente uma versão feminina de um personagem masculino já estabelecido, diferenciada apenas por elementos definidores de concepções do gênero feminino do senso comum, como lacinhos ou batom (Ms. Pac-Man é um exemplo típico).
Sarkeesian em um de seus vídeos da série de vídeos Tropes Vs Women in Video Games |
Sarkeesian continua publicando vídeos, ainda com muito sucesso e relevância. No entanto, a área de comentários do canal está permanentemente desativada, devido a hostilidade dos detratores da ativista. Isso é tudo que eles têm. Usar agressividade como arma é uma tentativa desesperada de silenciar o debate. Discordâncias são possíveis e necessárias, e elas são solucionadas com argumentos, fatos e ideias, coisa que esse grupo de jogadores (composto principalmente de jovens homens, heterossexuais, de classe média, americanos e brancos) não têm.
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