CLIQUES CONTRA O MACHISMO

Por: Maria Clara Pestre

Na Caixa Cultural Rio de Janeiro, 164 fotos reúnem os principais acontecimentos jornalísticos de 2015. Até o dia 19 de junho, o espaço recebe a 59º edição do World Press Photo, concurso internacional que premia os maiores registros fotográficos do ano. São 41 fotógrafos, de 21 países premiados em oito categorias, entre elas, uma se destacou: os projetos de longo prazo.

A fotógrafa Mary F. Calvert conquistou o primeiro lugar do grupo com uma série de fotos que revela o machismo dentro das Forças Armadas americana. O projeto conta a história de mulheres que foram abusadas por colegas de trabalho no exército, silenciadas e traumatizadas pela experiência. Selecionamos alguns relatos fotografados por Calvert.

Brittany Fintel, na foto abaixo, servia à marinha americana quando foi atacada por um superior. O acontecimento foi presenciado por outro colega, que a negou ajuda. Quando a jovem revelou a violência sofrida, foi acusada de possuir um "transtorno de ajustamento". Hoje, ela sofre de Estresse Pós-Traumático. O cachorro na foto é sua companhia e parte importante do tratamento.

Natasha Shuette (21), foi violentada por superiores do exército e pressionada a esconder o acontecimento. Foi apenas quando ela se recusou a abaixar a cabeça, que seu abusador foi preso e sua coragem foi reconhecida pelas Forças Armadas.

Em sete anos de carreira militar, Connie Sue Foss foi estuprada três vezes. Hoje, ela sofre de Estresse Pós-Traumatico, que a leva a ranger os dentes durante a noite. Na foto, ela segura um molar que caiu após uma crise.

 

Gary Noling segura o diário de sua filha, Carrie, no aniversário de seu suicídio. A jovem bebeu até morrer após relatar o estupro que sofreu na marinha americana e sofrer forte retaliação.

A série completa com as fotos de de Mary F. Calvert estão expostas na Caixa Cultural, no centro do Rio de Janeiro, e disponíveis no site do World Press Photo, assim como as demais fotos premiadas.

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