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quinta-feira, 27 de abril de 2017

A exposição de corpos femininos na mídia


Por Ana Luísa Vasconcellos
Recentemente as fotos de Kim Kardashian no México “chocaram” a internet. O choque, aparentemente, se deu por conta da comparação destas fotos com as suas fotografias de capa de revista, em que aparece editada, sem estrias e sem celulite. Com manchetes como “Kim exibe bumbum real e internautas criticam” ou “Fotos não retocadas de Kim Kardashian no México causam polêmica: os defeitos não devem ser celebrados", a socialite ficou em alta na mídia por críticas à sua imagem.


Existem diversas formas de tentar entender o fenômeno que acontece quando se expõe os chamados “corpos reais” na internet. Mulheres são desde pequenas influenciadas por fotografias de modelos com corpos ideais em revistas, redes sociais e na TV. Cria-se uma meta de corpo perfeito e muitas mulheres arriscam tudo para atingi-la. Por conta dessa pressão social sob o corpo feminino, desenvolvem-se doenças como a bulimia e a anorexia, principalmente em jovens adolescentes. Quando esses modelos de corpo ideal aparecem na mídia sem edição, isso muda a ordem das coisas: entende-se que não há perfeição nem quando se tem dinheiro para cirurgias e tempo para cuidar da aparência.


A existência de uma cultura que celebra os corpos perfeitos não só influencia pesadamente no autoestima de diversas meninas como põe em risco o bem estar de pessoas que tem sua imagem divulgada. Dentro da maré de comentários, podemos observar alguns muito ofensivos e desnecessários.


Com certeza a Kim não é melhor exemplo que podemos encontrar de autoaceitação. Ela não só usa photoshop em fotos divulgadas como dá muita importância para diversos procedimentos estéticos, muitas vezes invasivos ou não saudáveis. Kim e sua família, assim como diversas socialites e blogueiras são pessoas que criam, incentivam e alimentam padrões estéticos, mas nada disso é motivo para praticar o que os americanos chamam de “bodyshaming”, que é fazer uma mulher se sentir mal por seu corpo. Ninguém tem o direito de fazer as mulheres se envergonharem pelos seus corpos. Esperemos que, entretanto, essa experiência abra os olhos de algumas pessoas sobre padrões inatingíveis, sobre como devemos nos aceitar, com estrias e celulites, como mulheres com corpos não editados.

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