
A
popularização das artes marciais trouxe a possibilidade de mulheres
entrarem nesse universo com mais facil aceitação social. Porém, a luta
para que não fossem estereotipadas trouxe um outro problema; no inicio, a
mulher que escolhia por esses tipos de esporte eram julgadas como
"mulher macho", como se a opção esportiva designasse orientação sexual.
Hoje, com a preocupação de julgamentos, as mulheres que aderem ao muay
thay, jiu jitsu, boxe, judô, e entre outras lutas, acabam por criar um
outro problema a essa classe : cria-se uma glamourização do treinamento.
Utilizando
artificios que reforçam o esteriótipo de divisão de genêro (como luvas
rosas, maquiagem, saias para o treinamento) como tentativa de provar
feminilidade esportiva, essas mulheres acabam por se decepcionar ao
conhecer a realidade do treinamento, que é totalmente diferente do que é
mostrados pelas revistas direcionadas ao público feminino. Não é
dificil de encontrar matérias que falem sobre os beneficios da luta
para se ter um corpo sarado, para tornear bumbum, e perder "alguns
quilinhos", sempre com fotos de modelos que reforçam um tipo padrão de
mulher.
Essas
pautas, comumente apresentas quando o assunto é o esporte feminino,
tiram o espaço na mídia de matérias que poderiam abordar o nível
competitivo das atletas, a busca por patrocínios, e suas consquistas. A
exploração da atleta como um corpo, um objeto sexual, é muito mais
frequente em reportagens do que os seus feitos, visto a Ronda Rousey que
é a princpal atleta do feminino no UFC, mas que pouco se fala de suas
conquistas. O foco é sempre em sua beleza, e feminilidade. E quando as
atletas tentam mostrar seu potencial esportivo, é comum ouvir dizerem
que não são tão boas quanto os homens.
Mariana
Motta, atleta amadora de jiu jitsu, disse em entrevista ao cenáriouf,
que sempre ouve dos homens que quando treinam com ela dizem que é só
para o aquecimento, reforçando a ideia que ela é mais frágil e mais
fraca. "Não é só força que usamos. Temos que ser rápidas, pensar rápido,
agir rápido ! Temos que ter paciência para saber quando agir", contou
Mariana, completando : "No início meu marido não me apioava, dizia que é
esporte só para homem, que mulher tem que fazer balé,
musculação....essas coisas. Mas hoje ele me apioa, me dá dicas também."
A
tentativa de transformar esses cenários no esporte feminino é uma
constante luta das atletas. A estereotipação acaba sempre por ter mais
destaque do que os seus resultados esportivos, diferente do que
acontece com a categoria masculina. A falta de investimento também é um
grande marco no feminino, fazendo com que muitas desistam do esporte. "A
falta de apoio desmotiva e muito o atleta, pois não é fácil comprar os
equipamentos, se locomever para treinos, manter suplementos e dietas.
Tudo isso tem um custo mt caro", disse Talila Oliveira, faixa preta de
Jiu jitsu , que quando questionada sobre o padrão da imagem de mulheres
declarou : "Quem é atleta dificilmente se preocupa com esse ideal de
corpo perfeito, nos preocupamos somente em manter o peso pra luta e os
próprios treinos intensos se encarregam de deixa-lo musculoso e
definido! Ainda bem, porque só faço dieta quando tem luta marcada".
Por: Mariana Farias
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