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quinta-feira, 30 de junho de 2016

Lutas e mulheres

Muito se fala sobre a busca do corpo perfeito pelas mulheres, inúmeras são as dicas de "como alcançar o corpo ideal", e de como manter a forma. Como se não bastasse revistas de beleza, clinicas de estéticas e entre tantos outros meios que ditam essas regras, o universo esportivo vem sido rotulado como apenas mais um desses programas fitnnes. As lutas são um grande foco desse paradgma. 
A popularização das artes marciais trouxe a possibilidade de mulheres entrarem nesse universo com mais facil aceitação social. Porém, a luta para que não fossem estereotipadas trouxe um outro problema; no inicio, a mulher que escolhia por esses tipos de esporte eram julgadas como "mulher macho", como se a opção esportiva designasse orientação sexual. Hoje, com a preocupação de julgamentos, as mulheres que aderem ao muay thay, jiu jitsu, boxe, judô, e entre outras lutas, acabam por criar um outro problema a essa classe : cria-se uma glamourização do treinamento.
Utilizando artificios que reforçam o esteriótipo de divisão de genêro (como luvas rosas, maquiagem, saias para o treinamento) como tentativa de provar feminilidade esportiva, essas mulheres acabam por se decepcionar ao conhecer a realidade do treinamento, que é totalmente diferente do que é mostrados pelas revistas direcionadas ao público feminino. Não é dificil de encontrar matérias que falem sobre os beneficios  da luta para se ter um corpo sarado, para tornear bumbum, e perder "alguns quilinhos", sempre com fotos de modelos que  reforçam um tipo  padrão de mulher.
Essas pautas, comumente apresentas quando o assunto é o esporte feminino, tiram o espaço na mídia de matérias que poderiam abordar o nível competitivo das atletas, a busca por patrocínios, e suas consquistas. A exploração da atleta como um corpo, um objeto sexual, é muito mais frequente em reportagens do que os seus feitos, visto a Ronda Rousey que é a princpal atleta do feminino no UFC, mas que pouco se fala de suas conquistas. O foco é sempre em sua beleza, e feminilidade.  E quando as atletas tentam mostrar seu potencial esportivo, é comum ouvir dizerem que não são tão boas quanto os homens.
Mariana Motta, atleta amadora de jiu jitsu, disse em entrevista ao cenáriouf, que sempre ouve dos homens que quando treinam com ela dizem que é só para o aquecimento, reforçando a ideia que  ela é mais frágil e mais fraca. "Não é só força que usamos. Temos que ser rápidas, pensar rápido, agir rápido ! Temos que ter paciência para saber quando agir", contou Mariana, completando : "No início meu marido não me apioava, dizia que é esporte só para  homem, que mulher tem que fazer balé, musculação....essas coisas. Mas hoje ele me apioa, me dá dicas também."
A tentativa de transformar esses cenários no esporte feminino é uma constante luta das atletas. A estereotipação acaba sempre por ter mais destaque do que os seus  resultados esportivos, diferente do que acontece com a categoria masculina. A falta de investimento também é um grande marco no feminino, fazendo com que muitas desistam do esporte. "A falta de apoio desmotiva e muito o atleta, pois não é fácil comprar os equipamentos, se locomever para treinos, manter suplementos e dietas. Tudo isso tem um custo mt caro", disse Talila Oliveira, faixa preta de Jiu jitsu ,  que quando questionada sobre o padrão da imagem de mulheres declarou : "Quem é atleta dificilmente se preocupa com esse ideal de  corpo perfeito, nos preocupamos somente em manter o peso pra luta e os próprios treinos intensos se encarregam de deixa-lo musculoso e definido! Ainda bem, porque só faço dieta quando tem luta marcada".
Por: Mariana Farias

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