Por Vitor Seta
Dos
grandes clubes de Portugal, O Sporting, de Lisboa, é o que atualmente detém
menos recursos financeiros. O campeonato nacional do país vinha sendo dominado
nos últimos anos pelos gigantes Porto e Benfica, que além de levarem troféus
pras suas estantes, vendiam suas revelações por cifras cada vez mais altas,
enquanto os leões perderam seus talentos por valores muito menores. Se há 3
anos dissessem para um sportinguista que ele estaria assistindo seu time
dominar o Real Madrid no Santiago Bernabéu, pela Liga dos Campeões, em poucos
anos, seria difícil acreditar. Até essa última quarta(14). Os portugueses
perderam o jogo, mas mostraram aos torcedores que os bons tempos podem voltar.
O jogo
foi bastante morno no 1º tempo. O atual campeão da competição, pouco inspirado,
tinha dificuldades na armação. Zidane manteve James Rodríguez no banco e começou
com Casemiro, Kroos e Modric no meio-campo, assim como em boa parte da temporada
passada sob seu comando. O Sporting, mais organizado em campo, manteve a posse de
bola no meio, com boa atuação de Adrién Silva, segurando os blancos, que só chegavam
na frente como jogadas individuais de Cristiano Ronaldo e Gareth Bale ou em bolas
paradas.
O segundo
tempo começou no mesmo ritmo, mas isso não durou: logo aos 2 minutos, Bruno
César e Bryan Ruíz “tabelaram” e com pequena colaboração da defesa do
madrilenha, a bola sobrou limpa para o brasileiro, que bateu cruzado, sem
chances para Kiko Casilla. O gol, apesar de
"achado", fazia justiça à organização e aplicação tática dos
comandados de Jorge Jesús. O
sonho leonino parecia próximo, uma vitória na casa dos espanhóis seria um feito
e
tanto
para os portugueses. Mas coube a quem já esteve do lado verde e branco
"melar" a história
a 1 minuto do fim dos tempo regulamentar: Cristiano Ronaldo, em uma linda
cobrança de falta, no ângulo, empatou o jogo contra seu ex-clube.
A pressão
dos espanhóis foi natural. Ronaldo, que antes da falta chegou a finalizar na
trave
com gol
aberto, passou a ser mais participativo no jogo. Os portugueses, acuados,
tentavam
se segurar na defesa, mas sem sucesso. Já nos acréscimos, em cruzamento de
James,
Morata, velho conhecido madrilenho, que foi recontratado graças ao sucesso fora
do clube,
decretou a virada, de cabeça. Fim da esperança para os portugueses, talvez o
começo de
uma nova história para o atacante espanhol com a camisa branca.
Os
portugueses saem, de fato, decepcionados da Espanha. O resultado poderia ter
sido melhor, o time jogou para merecer. Mas para quem tem tão poucos recursos e
um elenco tão limitado, como seu próprio técnico admitiu recentemente em
entrevista, bater de frente com um gigante como o clube espanhol traz
esperanças aos torcedores de que o clube pode fazer bonito na Liga dos
Campeões. De todas as viradas e ressurgimentos nesse jogo, o novo destino do
Sporting parece o mais promissor de se acompanhar.
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