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segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Ação educativa promove contato entre crianças e a cultura indígena




O relógio da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, marca nove horas da noite, mesmo horário de Brasília. Na capital amazonense, o filho grita – mamãe, já vai começar! Em Florianópolis, o menino apaixonado, com uma bacia de pipoca na mão, senta no sofá ao lado do namorado. No Recife, a moça de lindos e volumosos cabelos cacheados faz cafuné em sua esposa no chão da sala, enquanto cuidam do bebê vidrado naquela luz colorida. Já em Cuiabá, o pai cansado chega do trabalho e encontra sua filha paralisada em frente a TV esperando para assistir o último capítulo de mais uma telenovela.

Nosso país é marcado pelo samba, futebol, praias e claro, as produções folhetinescas, exportadas para diversos pontos do globo, espalhando nossa língua, cultura e saberes. Dentro da fronteira tupiniquim, as novelas fazem parte do cotidiano brasileiro, estão nas conversas de bar, churrascos em família e nas discussões escolares e universitárias. O sociólogo Dominique Wolton estudou a televisão no Brasil e chegou a conclusão de que ela atua como um Laço Social. Ou seja, cria certa noção de pertencimento, no qual os cidadãos se sentem parte de um todo e não mais solitários em suas casas, sabem que compartilham a audiência de um mesmo programa.

A novela gera essa comoção e coletividade, uma única história assistida e comentada por grande contingente da população nacional, seja no sertão baiano ou em um prédio de luxo em Copacabana. O formato surgiu no início da década de quarenta do século XX na rádio nacional e ganhou projeção com a criação da TV Tupi em 1950. A primeira a ser produzida pela rede de Assis Chateubriand foi Sua vida me pertence, anos depois as ruas ficaram vazias no capítulo final de Direito de Nascer, o mesmo aconteceu em 2012 com o fim de Avenida Brasil.

Dos anos 50 até hoje, milhares de folhetins foram produzidos em grandes emissoras como Rede Globo, Tupi, SBT, Manchete, Excelsior e outras. Por isso, é quase impossível separar nossa cultura contemporânea das novelas. Com o advento da internet, ela tenta reformular tanto a linguagem quanto a narrativa, mas em um formato ainda bastante similar aos dos grandes sucessos. E apesar da baixa audiência que vem apresentando na televisão, o gênero é um sucesso que precisa, assim como outras áreas do audiovisual, ser reinventado para se adequar ao digital numa junção entre respaldo histórico de público fiel com a inovação requerida pela cultura da convergência.

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