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quinta-feira, 27 de abril de 2017

As artes marciais como ferramentas de transformação social

Fernando Tererê, pentacampeão mundial de Jiu Jitsu, dando aula em seu projeto social Favela Jiu Jitsu (foto: digitsu.com)


Apesar de ainda mal vistas, as artes marciais são muito mais do que aparentam ser
Diariamente, as competições esportivas fazem as manchetes de jornais em todo o Brasil: a partida de futebol de domingo, o luta de sábado à noite, o Grand Slam de tênis, para enumerar alguns exemplos. No entanto, o esporte é uma realidade muito mais ampla do que apenas aquilo que acontece no tempo regulamentar das partidas. Para uns é estilo de vida; para outros, a única oportunidade; para os marqueteiros, um negócio; para os torcedores, uma paixão, e por aí vai. E isso também pode ser observado dentre as artes marciais.

Apesar de ainda serem vistas com desdém por algumas parcelas da população - como práticas violentas, agressivas -, as artes marciais ensinam, na verdade, o controle da agressividade, o controle do corpo para controlar a mente, e vice-versa. Por isso, é quase interminável a lista de benefícios propiciados por tais disciplinas, tanto como ofício, quanto como disciplina, também como estilo de vida, filosofia e atividade física. E, ao fugir um pouco do lado competitivo e investigar a vida de seus praticantes mais notáveis, pode-se descobrir na prática do que tais artes são capazes.

Acelino “Popó” Freitas, Tetracampeão mundial de boxe em 2 categorias diferentes; Robson Conceição, boxeador medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos 2016; Rafaela Silva, judoca campeã mundial e também medalhista de ouro nos Jogos do Rio de Janeiro; Fernando Tererê, pentacampeão mundial de Jiu Jitsu, sendo 2 vezes na faixa preta; José Aldo, atual campeão dos peso-penas no UFC. Todos são de origem humilde e todos são “projetos sociais que deram certo” (parafraseando o próprio Popó, ao se referir à si mesmo e aos 2 medalhistas olímpicos já citados). Esse é o poder transformador das artes marciais. E ele não para por aí.

Fernando Tererê e Claudia Gadelha - lutadora do UFC e maior rival da atual campeã das peso-palhas -, ambos conseguiram através do esporte superar o vício em drogas.  Cristiane Justino, a “Cyborg”, utiliza as artes marciais de modo a motivar mulheres, elevar sua auto-estima, através da Pink Belt Fitness. Kyra Gracie, pentacampeã mundial de Jiu-Jitsu, primeira mulher a conquistar a faixa preta, que convenceu a própria família que uma mulher poderia carregar o nome Gracie, transformando a todos em casa, de seus maiores críticos, a seus maiores apoiadores. E, também, todas as outras mulheres praticantes de artes marciais, que mostram que arte marcial também é “coisa de mulher”, e que treinar e lutar nada têm a ver com masculinidade ou feminilidade.

Os atletas citados anteriormente são apenas os mais notáveis dentre uma classe com muitos representantes e muitas outras modalidades. Há ainda muitos praticantes de artes marciais que escolhem não competir: dão aulas, em projetos sociais ou academias pagas; participam de aulas, por hobby, por saúde ou por defesa pessoal. Ou seja, uma imensidão de pessoas envolvidas e impactadas, tendo suas vidas transformadas semanalmente, que passa despercebida se prestarmos atenção apenas à peleja de sábado a noite. As artes marciais, assim como todo tipo de esporte - embora elas não se limitem a ser apenas esportes, mas isso seria assunto para outro post -, são muito mais do que aquilo que aparentam ser.

Viva o esporte e vivam as artes marciais!

Por Giovanni Pastore

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