Por Hugo Franco
O enorme sucesso da série "13 Reasons Why", lançada no último mês de março pela Netflix, e o surgimento de um jogo em que os participantes são instigados a se matar - o chamado Baleia Azul - reacenderam um debate que vinha sendo deixado de lado frente a outras questões: qual o papel da mídia frente o suicídio?
É notório que existe um boicote, na maioria das vezes extra oficial, dos veículos de imprensa e entretenimento ao suicídio. As explicações são muitas, mas a mais recorrente é de que o assunto poderia instigar àqueles que já possuem predisposição a cometer tal ato.

Por que então fazer uma série voltada para o público jovens com um enfoque nessa temática? Segundo Nic Sheff, um dos roteiristas da produção, "13 Reasons Why" tem na ausência de eufemismos, como a polêmica cena em que a protagonista Hannah Baker corta os pulsos em uma banheira, uma de suas maiores virtudes. ''Há muitos motivos pelos quais eu tenho orgulho de ter trabalhado em 13 Reasons Why. Mas o que me deixa mais orgulhoso, honestamente, é a forma como decidimos retratar o suicídio de Hannah. Encarar esses assuntos de frente - falando sobre eles, sendo franco - será sempre a nossa melhor defesa contra a perda de mais uma vida”, disse ele em carta aberta a imprensa norte-americana.
Já com relação ao jogo Baleia Azul, o psicólogo e diretor da ONG SaferNet, Rodrigo Nejm, disse que a maior parte da imprensa brasileira tratou do assunto de forma irresponsável, o que acabou por atrair uma atenção maior do que seria necessária. “Esta história começou no Leste Europeu como uma fake news (notícia falsa). Aqui no Brasil, antes mesmo de existir uma forte adesão, foi noticiado de forma sensacionalista. Isso incentivou novas pessoas a buscar até mesmo por curiosidade. A própria abordagem tratando o tema como um jogo está errada. Não se pode tratar como um jogo algo é marcadamente um crime contra a vida”, conta ele.
Em meio as divergências de opiniões, fica a certeza de que o suicídio segue como um problema social grave. Cabe aos veículos consultar especialistas para que o assunto, quando necessário, possa ser abordado da melhor forma possível.
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