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quinta-feira, 6 de abril de 2017

Fragmentado: a realidade por trás da telona


O novo filme do diretor M. Night Shyamalan, Fragmentado, chegou aos cinemas agora em março e já está sendo grande alvo de críticas pela internet, sejam elas positivas ou negativas. O filme relata a vida de um homem, interpretado pelo ator James McAvoy, que possui Transtorno Dissociativo de Identidade, uma condição que o leva a ter múltiplas personalidades. O diretor Shyamalan já é famoso pelos seus excelentes filmes de suspense e terror, e com Fragmentado não foi diferente.

No filme, três adolescentes são sequestradas pelo protagonista, Kevin, e levadas para uma casa aonde são feitas de reféns. Ao decorrer do longa é possível observar todas as diversas personalidades de Kevin e compreender um pouco mais sobre o transtorno. O protagonista possui 23 personalidades distintas, que variam entre um sociopata com T.O.C. e uma criança de nove anos de idade. Além da atuação incrível de McAvoy, que consegue interpretar todos os personagens de maneira excepcional, o filme levanta a questão de todas as pessoas que convivem diariamente com essa condição.


Atualmente é estimado que 7% da população mundial possui algum tipo de transtorno dissociativo de identidade. O transtorno não é algo genético nem algo que possa existir desde o nascimento. Como mostrado no filme, o transtorno geralmente é causado por traumas sofridos ainda quando crianças. Estudos mostram que 98% dos casos são de adultos que sofreram algum tipo de abuso durante a infância. No filme podemos ver que Kevin sofreu abusos físicos e mentais de sua mãe quando era mais novo, contribuindo para o surgimento de diversas personalidades.

O transtorno surge como um mecanismo para fugir da realidade, ajudando-os a escapar de situações traumáticas e dolorosas. Os pacientes perdem a própria consciência momentaneamente e são substituídos por novas identidades que podem ter sexo, idade e raça diferentes. Em casos mais avançados é possível ver diferenças ainda mais impressionantes entre as personalidades. Casos como o de uma mulher que é cega mas conseguia enxergar com uma personalidade diferente. A condição é uma das mais difíceis de se diagnosticar e um desafio cada vez maior para todos que estudam e tentam entender.

O cérebro humano é capaz de coisas incríveis. Coisas que ainda não somos capazes de compreender. Todos nós possuímos identidades diferentes e personalidades que foram criadas e moldadas em algum momento de nossas vidas. O filme mostra que em alguns casos essas personalidades podem ser multiplicadas e trabalhadas. E deixa o questionamento se isso deveria ser considerado uma doença ou apenas uma válvula de escape da realidade que os tormenta. 
Beatriz Feijó


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