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quinta-feira, 27 de abril de 2017

Rupaul's Drag Race e a representatividade Drag nas telas da grande mídia



Por Elisa Calmon
No dia 24 de março, foi ao ar nos Estados Unidos o primeiro episódio da nona temporada do reality show RuPaul's Drag Race. Desde 2009, mais de 100 participantes já disputaram o título de America's Next Drag Superstar (A Nova Drag Superstar Americana) e prêmios em dinheiro que variaram entre 25 mil e 100 mil dólares desde a primeira versão do programa.

O reality surgiu como uma paródia de America's Next Top Model, apresentado pela modelo americana Tyra Banks, que em 2016 transmitiu sua 23ª temporada nos Estados Unidos. Contudo, apesar da referência bem humorada ao programa original, o seriado drag vai além do entretenimento. Dentro da cultura pop, RuPaul's Drag Race tem sido visto como um importante espaço de representatividade na mídia não só para as drags, mas para o público LGBT. 

Com a visibilidade proporcionada pelo programa, a arte drag, simbolo de resistência desde o século XIX, passou a ser vista pelo grande público como uma importante aliada na quebra dos padrões de gênero e sexualidade. No ano passado, as três artistas drags mais influentes nas redes sociais tinham mais de 2,2 milhões de seguidores no instagram. Em 2015, RuPaul Charles, apresentador e criador do programa, somava uma fortuna de mais de 7 milhões de dólares. 

Números como esses indicam a entrada dessas artistas no mundo pop pela porta da frente do show business nos últimos anos. No Brasil, o cenário não é diferente. Pablo Vittar, drag brasileira, é uma das principais representantes desse movimento. Em 2016, a artista, que participa semanalmente do programa "Amor e Sexo", na Rede Globo, foi a primeira drag a estrelar uma campanha publicitária no país sendo garota propaganda da Avon.

Apesar das contribuições de RuPaul's Drag Race para a representatividade drag e LGBT, o reality não está isento de críticas. Em diversos momentos, apresenta indícios claros de machismo, ao incentivar a misoginia que em muitos momentos ronda o mundo gay. O racismo, através da presença limitada de participantes negras, também é uma questão problemática. Contudo, o crescente sucesso do programa indica que o grande público está disposto a consumir um entretenimento que ao invés de perpetuar estereótipos, ajuda a desconstruir padrões cruéis e ultrapassados. 
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