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sexta-feira, 19 de maio de 2017

'Her' estreia no catálogo da Netflix

A Netflix constantemente renova o seu catálogo - retirando ou adicionando novas produções - para tristeza ou alegria de alguns. No início desse mês, mais especificamente no dia 6 de maio, a empresa de streaming estreou o drama Her, de Spike Jonze.
Agora, se você ainda vai ver a produção e não gosta de spoilers, não continue a ler esse texto.

Na era dos ‘amores reais em tempos virtuais’, o filme Her conta a história de Theodore, um escritor que resolveu comprar um novo Sistema Operacional, nomeado Samantha, para o seu computador. Ao longo da trama, ele acaba se envolvendo amorosamente com seu S.O. É um caso claro de substituição das relações físicas, visto que somente a voz da Samantha não é capaz de suprir a solidão fora do campo virtual.


O futuro é projetado de forma em que o indivíduo interaja facilmente com o ambiente e as pessoas. Os equipamentos eletrônicos desempenham as mais simples e complexas funções, bem como, facilitar ainda mais a comunicação mediada. Theodore vive como um homem solitário e está imerso nesse futuro que compreende os objetos e meios de comunicação como extensão do corpo. Por meio de dispositivos que utilizam a voz, ele escreve em seu trabalho, envia e-mails, participa de chats de bate-papo, joga videogames, além de realizar outras atividades cotidianas.
Os meios como extensão dos sentidos humanos foi um conceito desenvolvido pelo teórico canadense Marshall McLuhan. Em sua teoria, meio é o que serve para ligar um homem ao outro, sendo um prolongamento dos sentidos humanos. Nessa definição, o telefone é visto como a ampliação da fala permitindo uma comunicação além da face a face.
O contexto atual em que vivemos é similar ao apresentado no filme Her. A evolução tecnológica afasta o que está próximo espacialmente e propicia as relações virtuais. As pessoas não se identificam com as multidões por estarem imersas numa sociedade em rede que lhes atraem muito mais. Preferem se cercar de relações virtuais, que se abrem num aparato de possibilidades, para suprir a solidão física.

Estar nas multidões é como transitar pelos calçadões dos grandes centros sem ao menos perceber o que ocorre ao seu redor por estar enviando uma mensagem de voz. Essa cena se repete com Theodore que somente percebe o que acontece no ambiente onde circula quando não consegue estabelecer uma comunicação com seu S. O. Cada pessoa na multidão é como se vivesse em paralelo, cada uma com sua rede de relações virtuais nas mãos.
Lizandra Machado

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