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quinta-feira, 11 de maio de 2017

Os Aspones: a comédia e a crítica social


Em 2004, a Rede Globo produziu uma série em 7 episódios com Andréa Beltrão, Drica Moraes, Marisa Orth, Pedro Paulo Rangel e Selton Mello. "Os Aspones", em linhas gerais, mostra o que acontece quando um grupo de pessoas convive muito tempo no mesmo local de trabalho, como as relações hierárquicas, as paranoias, as famosas puxadas de tapete e os amores improváveis. 



A série conta a história de Anete (Marisa Orth), Caio (Pedro Paulo Rangel) e Moira (Drica Moraes) que trabalham no FMDO (Fichário Ministerial de Documentos Obrigatórios), fundada em 1969 pelo Presidente Médice. Com o passar dos anos, o governo parou de recolher os documentos obrigatórios dos cidadãos e, com isso, a repartição perdeu sua função e os antes 80 funcionários resumiram-se nos 3. O panorama muda com a chegada de Tales (Selton Mello) e sua secretária Leda (Andréa Beltrão). Ele decide acabar coma boa vida dos funcionários e transforma o FMDO no Falar Mal Dos Outros. Assim, os funcionários passam a perseguir brasileiros que cometeram pequenas faltas, como jogar chiclete na rua, pessoas consideradas egoístas, caras de pau, etc.

Para Alexandre Machado, um dos autores da série, "os Aspones (inspirados na expressão “assessores de porcaria nenhuma”) não são vilões, mas pessoas com ideologia, patriotismo, e avessos à corrupção. Eles acreditam que, dentro daquela confusão, é possível fazer alguma coisa: ao descobrirem pessoas que fazem algo errado, eles as convocam para dar uma bronca". Ele divide a autoria da série com Fernanda Young.

De uma maneira geral a série é divertidíssima. O elenco está muito afiado e a comédia é criada pelas situações em que eles se colocam. A realidade dos funcionários públicos é retratada com muito humor, como no episódio em que surge o boato de um "passaralho" e nas abreviações de duplo sentido criadas nos memorandos. Ao mesmo tempo em que a série busca divertir e entreter o telespectador, "Os Aspones" faz uma crítica social ao número de repartições públicas que recebem financiamento para serem pouco ou nada produtivas.

Por Juliana Carrano

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