Notícias

quinta-feira, 16 de junho de 2016

TERROR OU AÇÃO? OS 20 ANOS DE RESIDENT EVIL E O QUE ESPERAR DE RE 7

Suposto teaser de RE 7 vazado em 2014 (Foto: Reprodução/Youtube)
Por Vinícius Mathias

Resident Evil completa 20 anos em 2016. No aniversário de uma das maiores franquias da história dos videogames, a Capcom prometeu um ano
Por Vinícius Mathias
especial para os fãs. Com o primeiro semestre chegando ao fim, a produtora da série ainda não empolgou tanto, trazendo apenas ports, remasterização e uma novidade "polêmica", o shooter Umbrella Corps.

Quando a Capcom anunciou o ano especial em comemoração do aniversário de Resident Evil, todos esperavam novidades sobre um Resident Evil 7 ou sobre o remake do aclamado Resident Evil2. Por enquanto nada disso foi anunciado em 2016 ainda.

Em janeiro, chegou Resident EvilZero HD Remaster, inspirado no sucesso de vendas da remasterização de ResidentEvil 1 lançado um ano antes. Enquanto se esperava mais notícias sobre um RE inédito, a Capcom anunciou os ports de Resident Evil 4, 5 e 6 para PlayStation4 e Xbox One. O 6 chegou em março, o 5 será lançado em julho e o 4 em outubro.

Resident Evil HD Remaster foi sucesso de vendas (Foto: Game Detonado)

Apesar de interessantes, ports e remasterizações soam mais como paleativo. Principalmente se levarmos em conta o preço, que são quase de jogos inéditos. Resident Evil 6 chegou com o preço de R$ 150,00. Por que alguém pagaria o mesmo preço que pagou anos atrás em outro console?

O grande problema é que, mesmo assim, ports e remasterizações têm feito muito sucesso e acabam ofuscando jogos inéditos. Resident Evil Revelations 2 foi menos falado do que Resident Evil HD Remaster em 2015. Já Umbrella Corps, se fosse pouco falado, seria elogio. O jogo nem foi lançado, mas já recebe crítica dos fãs por ser um shooter genérico que é apenas situado nos cenários de Resident Evil e exclusivo para PS4 e PC. Uma espécie de OperationRaccoon City 2.0.

O Revil, maior site brasileiro sobre Resident Evil divulgou uma pesquisa realizada com fãs da série. O resultado das enquetes mostra o panorama visto de que a remasterização de jogos antigos e clássicos da franquia são mais bem aceitos do que a ação desenfreada dos últimos. 651 pessoas responderam o questionário e 72% tem como seu jogo preferido um título de terror clássico (1% para RE Zero; 21% para RE 1, 26% para RE 2 e 24% para RE 3). Apenas 28% preferem os títulos mais focado na ação (19% para RE 4; 6% para RE 5 e 3% para RE 6. Os números da ação impressionam ainda mais quando consideramos que Resident Evil 4 foi o turning point da franquia, trazendo uma jogabilidade nova com ação, mas manteve a pegada de terror e economia de ervas, munições e etc. Por outro lado, Resident Evil 5 deixou boa parte do terror de fora e Resident Evil 6 virou ação desenfreada total.

Capcom anunciou os ports de RE 4, 5 e 6 para 2016 (Foto: NeoGAF)

Inserir ação nos jogos da franquia trouxe muitos fãs para a franquia, mas também desagradou a geração oldschool. 58% consideram a ação um ponto negativo nos Residents Evil, 25% são indiferentes e apenas 17% acham positivo. Quando o ponto é Umbrella Corps o resultado é ainda mais expressivo. 89% foi teve reação negativa ou indiferente ao ser apresentado ao shooter sem história focado apenas no multiplayer online de ação desenfreada no estilo Call of Duty.

A própria Capcom deve imaginar que Umbrella Corps não é "aquela Brastemp", tanto que sequer usa o nome Resident Evil no jogo. Apesar das críticas, apenas 18% não aprovou Umbrella Corps por ser um título genérico. 37% acha que não combina com Resident Evil e 45% está insatisfeita pois o título não serve para comemorar os 20 anos da franquia.

A realidade é que a Capcom criou um grande problema para si com o sucesso de Resident Evil. Para piorar, a franquia foi bem e possui milhares de fãs em ambos os estilos, o survival horror dos clássicos e o third person action dos modernos. Agradar os dois grupos de fãs é quase impossível e a Capcom falhou miseravelmente na tentativa que fez.

Resident Evil 6 prometia ser o melhor RE da história. Muitas campanhas, personagens novos, campanha de Chris Redfield e Leon S. Kennedy se cruzando, volta de Sherry Birkin e Ada Wong e muito mais. A Capcom prometia a união da ação com o terror. Zumbis e survival horror na campanha de Leon, J'Avos (semelhantes aos Majinis de RE 5) na campanha de Chris e etc. No fim, todas as campanhas são com ação desenfreada e tiroteio a torto e a direito.

Umbrella Corps não empolga fãs (Foto: vg247)

Os títulos que mais aproximaram os dois estilos da franquia, são os dois Revelations, principalmente o 1. Porém eles sofreram um pouco com menor destaque, orçamento, mídia e etc. Vale lembrar que Revelations 1 era exclusivo de Nintendo 3DS. O port para Xbox 360 e PS3 só ocorreu porque os fãs reconheceram seu valor e Capcom notou que tinha acertado a mão, meio que sem querer.

O exemplo da expectativa e fracasso de Resident Evil 6 (embora alguns ainda considerem um ótimo jogo e/ou um ótimo Resident Evil) pode estar afetando a Capcom. Sem notícia de um título novo até agora, é provável que o aguardado Resident Evil 7 não chegue no 20º aniversário da franquia. A Capcom pretende um lançamento de larga escala no segundo semestre de 2016, porém vale lembrar que o ano fiscal de 2016 só termina em 31 de março de 2017.

Já se passaram quatro desde o lançamento de Resident Evil 6. Nesse tempo a Capcom já teve tempo para analisar o feedback da comunidade e avaliar o resultado das remasterizações, do lançamento de Revelations 2 e do anúncio dos ports de RE 4, 5 e 6.

Voltar a um estilo totalmente dos Residents clássicos parece inviável e complicado devido ao rumo que a série já tomou com a ação. Ser um título de ação e tiroteio pode acarretar no abandono total de fãs antigos da série, visto a aclamação aos remasters dos clássicos e críticas a Umbrella Corps. O ideal seria juntar ambos, mas a última ideia assim resultou no decepcionante Resident Evil 6.
Revelations 1, o RE mais moda antiga dos novos (Foto: Divulgação/Capcom)

A Capcom está "sofrendo" com o próprio monstro que ela criou e terá que quebrar a cabeça para agradar gregos e troianos. Não é à toa que ainda não temos nenhuma novidade sobre um Resident Evil 7, talvez nem a própria produtora saiba como fazer um Resident Evil indiscutível no momento.

Compartilhar:

Postar um comentário

 
VOLTAR AO TOPO
Copyright © 2016 Jornal Cenário. Layout por OddThemes || Design por Designed by Mila Porto