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segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Para o Brasil de Tite, não há safra ruim



Quatro jogos, quatro vitórias e 12 gols. O Brasil de Tite é outra seleção. Com o novo treinador, o time pulou do 6º lugar, fora da zona de classificação à Copa do Mundo da Rússia, para a liderança das Eliminatórias. Jogadores como Philippe Coutinho, Fernandinho, Marcelo, Casemiro, Gabriel Jesus e até o próprio Neymar ganharam espaço e fizeram boas partidas, afastando o estigma de “safra” ruim de jogadores, comentário tão difundido nos últimos tempos. As mudanças da nova comissão técnica já se refletem no campo e nos números.
Com Dunga, a Seleção Brasileira tinha mais posse de bola, mas com menos efetividade. Se por um lado o time ficava com a bola em média 56% do tempo, a média de chutes a gol era baixa: apenas seis por partida. Esse pode ser um fator que explica as apenas duas vitórias em seis jogos e o mau futebol apresentado. Já com Tite, a equipe fica ainda mais com a bola(64% de média de posse) e chuta mais a gol: são 34 em 4 partidas, média de 8,5 por jogo.
A diferença não está apenas nos números. O esquema implantado pelo gaúcho(seu conhecido 4-1-4-1 dos tempos de Corinthians) abriu espaço para que os principais atletas da equipe jogassem em suas posições mais confortáveis: Neymar está cada vez mais à vontade jogando pela esquerda no campo, Coutinho vem fazendo boas apresentações, mesmo caindo pela direita(lado oposto ao que joga no Liverpool) e já aparece como titular, à frente de Willian. Renato Augusto, Paulinho, Giuliano, Casemiro e Fernandinho revezam bons jogos no combativo e rápido na saída de bola meio-campo brasileiro. A defesa, quase a mesma dos tempos de Dunga, ganhou ainda mais consistência.
Apesar de tudo, o grande símbolo da era Tite é mesmo Gabriel Jesus. Com apenas 19 anos e uma personalidade de jogador experiente, o atacante palmeirense, já negociado com o inglês Manchester City, vem tendo um início de carreira meteórico pela seleção: 4 gols em 4 jogos, números melhores do que os de grandes nomes que já vestiram a Amarelinha. É Jesus quem mais se beneficia do 4-1-4-1, podendo flutuar no ataque, fazer infiltrações na defesa adversária enquanto se aproveita do seu ótimo poder de finalização.

Se quatro jogos são pouco para se fazer uma análise concreta do trabalho da nova comissão técnica, é possível se ater aos números, mais do que concretos: líderes das eliminatórias, vaga para a Copa do Mundo cada vez mais próxima, futebol vistoso, moderno,  e jovens talentos em ebulição. Nada mau para a “uma das gerações mais fracas de todos os tempos”.

Por Vitor Seta

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