Wladimir Lênin
Disponível no catálogo da Netflix desde o dia 31 de março, a primeira temporada da série 13 Reasons Why aposta na temática adolescente e seus dramas como fórmula para o sucesso. Estrelada por Dylan Minette, interpretando Cley Jensen, e Katherine Langford, vivendo a personagem de Hannah Baker, ambos com 17 anos na trama, a série tem como pano de fundo o suicídio de Hannah e seus conflitos na escola durante o ensino médio. Pelos dois primeiros episódios já fica claro que narrativa é construída por meio de flashbacks, que mostram as relações de Hannah com os colegas do ensino médio, as situações vividas no trabalho, assim como seus conflitos pessoais.
A clássica ferramenta narrativa é utilizada de modo peculiar na construção da história. Retratada no tempo atual, a série se apropria de um recurso vintage. A protagonista, antes de cometer o suicídio, deixa áudios gravados em fitas cassete apontando as pessoas responsáveis pelo fatídico acontecimento. Os flashbacks são estimulados a partir do momento em que as gravações são reproduzidas. As fitas são enviadas a 13 pessoas que devem ouvir e fazer o que lhes é pedido. O telespectador acompanha os áudios no ritmo de Clay, que nutria um amor platônico por Hannah.
A narrativa é diluída em 13 episódios que abordam especificamente um lado de cada fita. Para aqueles que não pegaram a época das famosas cassete, havia dois lados disponíveis para gravação de áudio: A e B, que podiam ser ouvidos se virados no tape. O modelo mais usado era o que comportava 30 minutos de áudio para cada lado.
Primeiras Impressões
A primeira impressão ao assistir o piloto e o posterior é que o enredo é construído de forma lenta, com poucos acontecimentos importantes por episódio, o que consequentemente pode levar o telespectador ao tédio. Ele também é baseado em flashbacks, que em excesso pode ser um pouco maçante. Um exemplo é a série How to Get Away of Murder, que constrói suas temporadas majoritariamente em cima do recurso e em alguns momentos se tornava enfadonho.
Os acontecimentos se passam principalmente no ambiente escolar e tem como pano de fundo o bulliyng, o primeiro beijo, o amor platônico, os jogos estudantis, entre outras temáticas que compõe o universo adolescente. Apesar de tratar de um tema delicado como o bulliyng, que pode causar a morte e a depressão de jovens, a trama pode ser vista como uma história água com açúcar, superficial e sem diálogos profundos.
A série pode ter cometido o erro de ficar dando voltas na narrativa sem sair do lugar devido à lentidão com que os fatos se desenrolam ao longo dos episódios. Se não houver maiores desdobramentos em espaços mais curtos de tempo, os telespectadores não terão fôlego para acompanhar até o final. Mas pode ser que a série mude seu ritmo e consiga dar um gás nos próximos episódios. A equipe de reportagem do Jornal Cenário continuará analisando a série para posteriormente realizar novas publicações a respeito do seu conteúdo.
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