É extremamente comum que livros, muitas vezes pouco ou nada conhecidos, conquistem uma enorme fama após terem suas histórias adaptadas para o cinema. São feitas então novas edições do livro com os artistas na capa e, alguns anos depois, as pessoas já não sabem mais se foi o livro que adaptou o filme ou ao contrário. Costuma-se dizer que o livro é sempre melhor que o filme, porém, cresce o número de pessoas que preferem o audiovisual ao papel e, ao invés de se engajarem em ambos, escolhem um em detrimento do outro.
Ao mesmo tempo, os jovens de hoje em dia leem cada vez menos e, quando leem, só escolhem textos de ficção que saltem aos olhos pelas descrições mirabolantes. Ninguém lê Machado de Assis, José de Alencar, Jorge Amado, não que suas leituras sejam superiores a qualquer outra, aqui não cabe juízo de valor, mas são sim importantes para a formação cultural dos brasileiros.
A Globo, o canal de TV aberta de maior audiência virou referência na produção de séries e minisséries envolventes, com trama, cenário, personagens que cativam o público do primeiro ao último episódio. Para a reflexão de hoje menciono duas: O Primo Basílio e Capitu.
Capitu |
O Primo Basílio |
O Primo Basílio foi feita na década de 80, com 16 episódios e foi adaptada do romance homônimo de Eça de Queiroz. A minissérie se passa em Lisboa, no final do século XIX, e conta a história do envolvimento amoroso entre dois primos. A narrativa apresenta quatro personagens centrais: Luísa (Giulia Gam), seu primo Basílio (Marcos Paulo), seu marido, Jorge (Tony Ramos), e a empregada Juliana (Marília Pêra). O destaque para a série certamente não é pela qualidade de sua produção, ela é boa de fato, mas não há comparação entre os recursos da época e os de hoje, mas sim para a atuação de Marília Pêra. A minissérie vale a pena ser assistida pela forma como ela interpreta a empregada chantagista que chega a inverter os papéis de empregada e patroa.
Marília Pêra em "O Primo Brasílio" |
Michel Melamed em "Capitu" |
por Juliana Carrano
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