Uma futura sociedade teocrática distópica na qual mulheres férteis são utilizadas para gerar filhos às camadas superiores: essa é a premissa de The Handmaid’s Tale, série ganhadora do Emmy, distribuída pela Hulu e baseada no conto homônimo de Margaret Atwood.
A série conta a história de Offred, uma mulher pertencente ao que restou dos Estados Unidos após grupos conservadores tomarem o Estado. Offred é uma Aia, ou seja, sua serventia consiste em ter relações sexuais durante o período fértil com o chefe da família, o Comandante, engravidar e entregar a criança aos cuidados da esposa.
A série é forte. Trata da temática do machismo e do patriarcado através da fantasia do futuro distópico, mas percebe-se uma verossimilhança assustadora desde o início que insere a seguinte questão: já estamos inseridos em um contexto distópico? A série fala também sobre o poder, sobre a posição social da mulher e sobre os pequenos lapsos de liberdade que a protagonista carrega.
Em suma, o enredo traz um paradigma fundamental que diz respeito à submissão/vs/liberdade, isto é, é possível ser livre mesmo imposta à submissão? O enredo é muito bem estruturado e cada episódio é torturante. A todo momento há uma expectativa e uma quebra, fazendo com que a obra adquira um ritmo intenso, mesmo com situações que seriam simples em um outro contexto. Cada segundo de The Handmaid’s tale vale a pena e traz a tona discursos importantes e muito atuais.
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