Wagner Moura, que interpretou Pablo Escobar nas
duas primeiras temporadas, sai de cena e dá lugar a Damián Alcázar, como
Gilberto Rodriguez, o caballero
de Cali.
Por: Yuri Hildebrand
A série americana Narcos, produção independente da
Netflix sobre o narcotráfico no final do século XX – com foco na Colômbia –,
deixou uma incógnita na cabeça dos fãs após o final da segunda temporada. Com a
iminente morte de Pablo Escobar (Wagner Moura), principal personagem da trama,
a série introduziu aos poucos, durante sua segunda temporada, os irmãos
Rodriguez, “substitutos” de Pablo no posto de persona non grata dos agentes americanos.
A Netflix, meses antes do lançamento da terceira
temporada, produziu um vídeo de Wagner Moura falando sobre a morte de seu
personagem e indicando que “a ideia sempre foi (...) falar sobre o tráfico...”
e que “Pablo Escobar é só o começo disso...”. (https://www.facebook.com/NarcosBrasil/videos/1969650946604003/) A troca do protagonismo foi tema principal da publicidade ao redor do
lançamento de mais uma temporada. Ao anunciar a terceira temporada para 2017, a
Netflix “trocou” os personagens com os dizeres “El legado continua”, mostrando Gilberto Rodriguez após Pablo
Escobar sair de cena (https://ep02.epimg.net/cultura/videos/2016/09/06/television/47b05c741dd94166e616e3d395f1bc94.mp4).
Gilberto e Miguel Rodriguez Orejuela (Damián
Alcázar e Francisco Denis) formaram, junto a Pacho Herrera (Alberto Ammann) e
Chepe (Pêpê Rapazote), uma das mais eficientes organizações criminosas já
vistas. Os cuatro caballeros de Cali,
como ficaram conhecidos, aproveitaram a “lacuna” deixada por Escobar para tomar
a frente no narcotráfico. Na série, os chefões de Cali são investigados de
longe pelo agente Peña (Pedro Pascal), que tem suas forças limitadas pela
corrupção, vinda de todos os lados. Sozinho desta vez – uma vez que seu
companheiro na caçada a Escobar, o agente Murphy (Boyd Holbrook), voltou para
os Estados Unidos –, Peña é protagonista e a voz, literalmente, da narrativa.
Desde a primeira temporada, os produtores da série
(um deles é José Padilha, diretor de “Tropa de Elite”) enfatizam a importância
da corrupção política para o funcionamento do narcotráfico colombiano. Se antes
Pablo representava uma figura até carismática, com tentativas efetivas de
entrar para a política, os irmãos Rodriguez Orejuela têm no dinheiro seu maior
poder. Policiais e políticos corruptos são representados, portanto, como
trabalhadores “invisíveis” do cartel de Cali, que incorpora uma imagem mais
voltada para o empresariado e a “alta classe”. Por isso, a alcunha de caballeros, que evitam usar a violência
para demonstrar controle.
Segundo a Netflix, o contrato com a série foi
prorrogado até a quarta temporada. Se outro vilão virá após a queda do Cartel
de Cali, não se sabe. Mas, como disse Wagner Moura no vídeo citado acima, a
“Guerra às Drogas” não acaba com o problema do tráfico, e mesmo que um chefão
do crime caia, outro virá depois, com características diferentes, mas produtos
semelhantes. Ainda pelo que disse o ator brasileiro, “Depois de Cali, tem o
México”. Fica então a expectativa para próximos anúncios da empresa americana
sobre Narcos.
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