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quinta-feira, 30 de junho de 2016

Essa Mídia Seletiva...



  Sabe-se que os meios de comunicação, quando empunham a bandeira do jornalismo têm como função principal, informar e divulgar notícia. Sobretudo as emissoras de rádio e tevê, que possuem uma concessão para prestar serviço público. Mas Sabe-se também, que quem detém a informação detém o poder, logo, tais empresas usam o poder que têm para decidir o que é e o que não é notícia, o que o povo deve e o que não deve saber, e o interesse público passa a ser pautado pelos interesses de um pequeno grupo dominante, ainda que esse grupo busque se respaldar nos anseios do povo.

  Entre os dias 22 e 26 de junho, aconteceu em Maricá, aqui no Rio de Janeiro, o primeiro Festival Internacional da Utopia. http://www.festivaldautopia.com/utopia-2/Foi um evento organizado pela prefeitura local e diversos movimentos sociais, sindicatos, Organizações Não Governamentais e representantes culturais de várias partes do mundo, para discutir a ascensão da esquerda ao poder nos últimos anos e traçar caminhos para um futuro mais igualitário. O nome “utopia” vem justamente da ideia de juntar gerações diferentes que comungam do mesmo sonho de um mundo melhor.


   Um acontecimento como esse que reuniu, segundo os organizadores, mais de cinquenta mil pessoas, contou com representantes de cinquenta países, movimentou a cidade durante cinco dias com a presença de ativistas, ambientalistas, escritores e personalidades conhecidas, como Aleida Guevara, médica cubana e filha de Che Guevara, Vandana Shiva, ativista indiana, Tarik Ali, escritor paquistanês, João Pedro Stélide, Líder do MST, Eduardo Suplicy, ex-senador da república entre tantas outras, não pode suscitar dúvidas de que seja ou não notícia. Entre as várias tendas onde eram discutidos temas como aborto, feminismo, reforma agrária, democratização da comunicação e muito mais... havia jornalistas e fotógrafos de várias partes do país e do mundo registrando cada acontecimento. Mas parece que a grande mídia, usando o seu poder, decidiu que isso não era notícia e que muito menos era de interesse público, visto que nada se falou nos telejornais (nem mesmo na tevê local) ou nos jornais de grande circulação. Basta uma busca na internet sobre o tema, que todos os resultados retornados remetem a mídias alternativas e coletivos de imprensa independentes. O único registro encontrado num grande portal é uma notinha no site da Folha de São Paulo, reduzindo o festival a um “evento de prefeitura petista defendendo a presidente afastada”.

   Decerto que com o advento da internet, a comunicação não é mais prisioneira das grandes redes de imprensa, mas é preciso buscar, refletir, estar atento a isso. É preciso ser crítico, ter consciência de direitos, o que a grande mídia trabalha para que não aconteça. O poder econômico das grandes empresas de comunicação cerceia do povo o direito à informação, manipulando notícias e alienando com programações rasas e entretenimentos fúteis. “Em nenhum país democrático do mundo, a comunicação está concentrada nas mãos de um grupo tão pequeno e servindo à direita como no Brasil”, afirmou Eduardo Suplicy em mesa redonda, na tenda dos pensadores, no segundo dia do evento.


Por: Charles O. Soares 

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