Crédito da foto: PAULO WHITAKER (REUTERS)
Por Elisa Calmon
Editoria: Mídia
Entretanto, na cobertura internacional, o cenário foi diferente. Ao falar sobre o dia 28, a rede britânica BBC declarou: "Primeira greve geral de duas décadas atinge Brasil”. O The New York Times, nos Estados Unidos seguiu o mesmo caminho: "Brasil foi tomado pela greve geral contra as medidas de austeridade". Para esses jornais e outros, a mobilização foi um reflexo da insatisfação popular em relação às medidas propostas pelo Governo Temer. “Brasileiros cansados de políticos corruptos vão às ruas protestar contra medidas de austeridade”, escreveu o The Guardian, também britânico.
O Le Monde foi mais modesto em sua manchete. A publicação francesa considerou a greve menor do que o esperado, mas a classificou como histórica. Na América Latina, a greve também virou notícia. O Clarin, da Argentina, teve como enfoque a repressão policial durante os protestos em várias cidades do Brasil. Os vizinhos chilenos, seguiram o modelo francês: "Greve paralisou parcialmente o Brasil, anunciava o veículo "La Tercera".
Reflexo nas mídias
Nas redes sociais, notícias sobre a greve chegavam pelas mais diferentes fontes. Vale destacar a participação de coletivos jornalísticos, como Mídia Ninja e Jornalistas Livres, na cobertura. Além da transmissão de manifestantes que faziam transmissões ao vivo mostrando a mobilização.
A diferença nos discursos da grande mídia brasileira e os veículos internacionais não passou desapercebida pelos olhares dos internautas. No Twitter e no Facebook, brasileiros comentavam a disparidade. A repercussão chegou também aos veículos nacionais. Desde a Folha de São Paulo até a Carta Capital transformaram em manchete as manchetes ao redor do mundo.
Apesar das diferenças, houve um consenso entre as as coberturas, fora e dentro do país. Os jornais, televisões e rádios desconfiam dos impactos que a mobilização social pode causar na aprovação das reformas trabalhista e previdenciárias propostas por Temer.
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